Como atrair novas gerações?

Na construção da longevidade da empresa familiar, a geração sucessora é o elo mais invisível na garantia da transcendência. A invisibilidade traz a incerteza acerca de seu preparo e capacidade de seguir na condução da empresa de forma economicamente sustentável. Por outro lado, é a partir da passagem de comando é que o fundador (ou a geração senior) percebe a garantia da resiliência de seu legado.

A proteção da pressão sob os potenciais sucessores em sua formação, que apresentamos no artigo sobre risco moral, associada ao fardo percebido por eles em ter a obrigação em assumir a companhia (H. D. Thorreau, Walden – 1854), não gera o tão necessário apego e afeto, que podem estimulá-los a realizar o desejo de bem-estar transgeracional baseado no altruísmo. Pior, pode estar subtraindo deles, uma chance atraente e única!

O resultado conhecemos: 70% das empresas não resistem à 1ª passagem geracional. Será porque não têm sucessores comprometidos com sua continuidade? Mais do que pensamos. Vamos esquecer os números pois cada sucessão frustrada dói incomensuravelmente, às vezes por gerações. Para reverter este cenário, o principal desafio para os fundadores (ou geração senior) é atrair novas gerações, fechar a lacuna fria entre eles e as empresas, criar espaços de encontro e cumplicidade entre pais e seus filhos/netos, para que essas empresas considerem seus futuros negócios e que os sucessores desejem impulsioná-los.

Apresentamos cinco ideias para encurtar essas distâncias e avançar para dinâmicas intergeracionais que podem trazer valor.

  1. Compartilhe os valores que inspiraram os fundadores: esforço, perseverança, excelência e ética têm sido pilares em quase todos eles. Exercê-los é essencial para forjar as habilidades que eles exigirão na vida, especialmente enquanto crescem.
  2. Reconhecer nossos próprios preconceitos e ações limitantes (ver Risco Moral): o sucesso dos fundadores impede o reconhecimento do valor dos novos membros da família. “Eles não se encaixam”, “eles são crianças”, ou outras alegações semelhantes, podem ter mais a ver com as poucas ferramentas ou educação inadequada entregue, ou as poucas chances que eles têm de tentar sob a sombra da grande árvore.
  3. Desenvolvimento de propriedade emocional, um vínculo de apego permite dedicar energia e tempo a uma organização pela qual você se orgulha; a partir do papel que mais lhes convém, seja por habilidades, interesse e/ou disponibilidade. Esta percepção de propriedade emocional une a família e ela com sua companhia, e é desenvolvido desde cedo em conversas informais sobre a mesa, no trabalho durante as férias, participando das celebrações e dando a possibilidade de se aproximar a empresa dos familiares que a compõem.
  4. Perder o medo da sucessão: bons processos sucessórios são pensados e implementados com cuidado e respeito. Sendo essa a base deles, ninguém se machucará. Apontamos alguns aspectos sociais a serem considerados no plano sucessório neste artigo.
  5. Promover o empreendedorismo: construa espaços de encontro, aprendizagem e mentoria para promover a criatividade, diversificação e dar permissão para tentar e falhar. Uma vez que “os empreendedores de hoje criam os negócios familiares do futuro” (Fletcher, 2011), será o fundador ou a geração senior que educará os empreendedores do futuro, possibilitando que estas iniciativas sejam via inovação em sua própria empresa, não seria fantástico?

Seduzir, convocar e atrair novas gerações é uma tarefa substancial que requer intencionalidade e trabalho consciente. Quem exercer a melhor liderança nessa linha verá os reforços da família empresarial aumentarem com a nova e talentosa geração. De quebra, você ficará agradavelmente surpreso com suas descobertas.

A ferramenta 5DSL de nosso instituto facilita tua compreensão da situação sucessória em tua empresa e família e te oferece a construção de um caminho vitorioso para tua jornada. Para construir, conheça-a.

Helder de Azevedo

Helder de Azevedo MSc, CCA IBGC, CCC Celint e BRA

Idealizador do Instituto Empresa DE Família, é também CCA IBGC – Conselheiro de Administração certificado pelo IBGC, onde contribui nas comissões de Conselho de Administração e no Grupo de Trabalho do Agronegócio; Conselheiro Consultivo Certificado pelo Celint e pela BRA Certificadora, onde também ministra o módulo de estratégia e de planejamento orçamentário no Curso de Formação de Conselheiros Consultivos; e associado da ABC³, onde contribui com duas comissões temáticas. Atua como Conselheiro Consultivo na AR70 Corporation e foi Conselheiro Fiscal da Neoenergia/CELPE. Membro do IFERA – International Family Enterprise Research Academy. Mestre em Governança Corporativa com pesquisa em Empresas Familiares e autor do livro Empresa de Família – uma abordagem prática e humana para a conquista da longevidade publicado pela Saint Paul Editora em agosto/2020, disponível também em formato eletrônico, Kindle e outros.

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