Transição geracional na pandemia: ameaça ou oportunidade?

A pandemia tem demandado aos empreendedores ainda mais foco no curto prazo e na operação de suas empresas, deixando de lado temas societários e estratégicos – estes ligados à família. Sucessão, usualmente deixada para depois, corre maior risco de se tornar um evento dramático e passa a ser ainda mais premente.

A transição geracional é certamente uma oportunidade, talvez irrepetível, especialmente se conduzida com o suporte das ferramentas que o Instituto Empresa DE Família desenvolveu após anos de pesquisas e comparações diretas realizadas nos últimos meses com empreendedores que possuem negócios familiares. E a seguir demonstramos o porquê.

A partir das análises feitas, extraímos a essência do impacto do Covid nos negócios familiares, e concluímos que você deve adotar o “estrabismo empreendedor”, através de um Plano de Ação de curto prazo e outro de médio prazo. Isso significa gerenciar da seguinte forma:

  1. olhando para hoje e amanhã no que diz respeito à gestão operacional;
  2. planejando o futuro próximo por seis ou doze meses.
  3. Finalmente, e não seria ruim, como alguns proprietários afirmam; adicionar a isso uma simples formalização de cenários futuros de dois anos, que contemple a sucessão.

Manter o herdeiro ao seu lado e dar-lhe oportunidade para desenvolver os aspectos mencionados acima, certamente é uma boa prática.

A gestão operacional de curto prazo é muito árdua e estressante, mas justamente por isso é um importante campo de treinamento para o atual/futuro sucessor. Esta condução depende do setor em que você atua, dos mercados atendidos, dos clientes existentes, do comportamento de fornecedores estratégicos, de bancos, e da organização empresarial.

Os problemas identificados com nossos clientes empreendedores têm sido numerosos e não serão tratados aqui, mas o problema fundamental tem sido a busca espasmódica pela liquidez.

Neste cenário é fundamental que a atenção seja máxima e acima de tudo é necessário melhorar ou substituir as ferramentas operacionais utilizadas, e já no curto prazo: do controle do capital de giro (operacional) ao orçamento (momento para aplicar um OBZ?).

Tudo isso é um excelente campo para o desenvolvimento e exposição do sucessor.

A gestão futura é igualmente crucial, como mencionado no início, e na prática deve assumir a forma de ações estratégicas. Aqui a ação concreta deve ser baseada na análise realizada.

Tome ações estratégicas de médio prazo (com o aval da família). Mas, no que focar? Uma lista simples, idealmente para ser executada pelo sucessor, é mais do que suficiente. Algumas sugestões:

  1. revisar se os negócios atuais ainda são viáveis;
  2. abandonar (ou congelar) aqueles que não trazem lucro e liquidez no curto prazo e substituí-los por outros, desenvolvidos e viáveis, buscando o máximo consenso dos colaboradores da empresa;
  3. entrar nesses “novos” negócios, colocando o herdeiro à frente e pedindo-lhe a máxima dedicação em termos de buscar novas abordagens para o mercado e clientes (por exemplo, digitalização de processos logísticos internos e externos, inovação na oferta comercial), de modo a desenvolver uma abordagem comercial digital intensiva;
  4. pesquisar tendências criadas pela COVID, buscando soluções e projetos turnkey  elaborados pelos funcionários e usuários finais (clientes).

Assim procedendo, o sucessor terá adquirido em um curto espaço de tempo uma profundidade operacional que em outros tempos poderia tomar décadas. Para se manter atualizado, receba nossa resenha mensal.

Você não concorda que este período é prolífico para o preparo do seu sucessor? Considere o apoio dos Conselheiros e das metodologias do Instituto Empresa DE Família, agendando uma conversa de 30 minutos.

Helder de Azevedo MSc, CCA IBGC, CCC Celint e BRA

Idealizador do Instituto Empresa DE Família, é também CCA IBGC – Conselheiro de Administração certificado pelo IBGC, onde contribui nas comissões de Conselho de Administração e no Grupo de Trabalho do Agronegócio; Conselheiro Consultivo Certificado pelo Celint e pela BRA Certificadora, onde também ministra o módulo de estratégia e de planejamento orçamentário no Curso de Formação de Conselheiros Consultivos; e associado da ABC³, onde contribui com duas comissões temáticas. Atua como Conselheiro Consultivo na AR70 Corporation e foi Conselheiro Fiscal da Neoenergia/CELPE. Membro do IFERA – International Family Enterprise Research Academy. Mestre em Governança Corporativa com pesquisa em Empresas Familiares e autor do livro Empresa de Família – uma abordagem prática e humana para a conquista da longevidade publicado pela Saint Paul Editora em agosto/2020, disponível também em formato eletrônico, Kindle e outros.

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