Gestão e Capital: Até quando você representará ambos?

Ao longo da trajetória de uma empresa, os empreendedores vão sofisticando sua gestão segundo o momento e a necessidade. No início, os conhecimentos do empreendedor superam aqueles necessários ao arranque da operação, mas como os processos de gestão da sociedade e a jornada do capital evoluem?

Empresas iniciam suas jornadas a partir de uma ideia, de um conjunto de competências ou da simples necessidade de geração de renda. Antes da emissão da primeira fatura, abre-se um CNPJ, que demanda um Contrato Social. Este, uma vez registrado, é usualmente esquecido em alguma gaveta ou pasta suspensa. Deixemos anotado, por enquanto, que o Contrato Social é o primeiro instrumento de Governança de toda empresa, já que ali indica seu objetivo social, participações (estrutura de capital) e aponta quem gerencia o negócio. Já são três aspectos fundamentais na construção da longevidade do negócio.

Aquelas empresas mais fortunadas evoluem e ganham mercado, receita e lucratividade em grande parte pelo esforço e competência de seus fundadores, que estão com “a mão na massa”, sentindo o pulso do negócio diariamente, através da gestão.

Mas dificuldades logo aparecem: necessidade de um empréstimo para cobrir pagamentos ou folha, capital para crescer, seleção e retenção de talentos para citar os principais. No início, quase sem pensar, aciona-se o “cheque especial”, porque em um dia ou dois “cobrimos, e o valor absoluto dos juros é pouquinho” (8% ao mês, 150% ao ano!). Alguém pensa, neste momento na estrutura de capital? Não. A Governança já começa a falhar.

Marcos Rittner, 2017

A jornada da empresa e de seu capital tem sido apresentada por nós através deste gráfico desenhado por Marcos Rittner em 2017. Nele, o autor aponta que toda empresa nasce dependendo de capital (zona da morte), cresce e… infelizmente morre. Conforme seus negócios crescem menos que no período anterior, ou ela se transforma, demandando mais capital, ou perece. A história tem demonstrado este fenômeno continuamente.

Ocorre que em cada momento da jornada, aspectos de gestão e de governança precisam evoluir. O empreendedor usualmente atrasa a implantação de ferramentas de gestão e quase sempre nem considera aspectos de Governança. Nem revisitar aquele Contrato Social ali em cima, a não ser quando o contador sugere aumentar o Capital Social (no papel) ou abrir outro CNPJ para “ficar no regime do Simples”. Alívios pontuais, que enfraquecem a sociedade empresarial no longo prazo.

Para entendermos a jornada da Governança em maior sincronia com a evolução do negócio, propomos um olhar sob a ótica da liderança na gestão e outro sob a ótica da concentração do capital.

Neste primeiro gráfico, o eixo horizontal aponta os caminhos da evolução da governança e no vertical e diluição da propriedade (capital). Lembre-se, mesmo você sendo dono da empresa, seus herdeiros legais, ao receberem as cotas, já representará uma diluição. Se você convidar alguém para ser sócio ou alienar ativos da empresa como garantia, idem.

Grafico da evolução na diluição do Capital e sua relação com a Governança Corporativa
(C) Instituto Empresa DE Família, 2022.

A linha reta em cinza representa o caminho teórico: Para cada momento, sabemos o que a empresa precisa em Governança para que a sociedade esteja adequadamente monitorada e nutrida de horizontes. A linha em laranja representa o caminho ideal, que é a constituição de processos e instâncias de governança sempre (um pouco) antes de sua real necessidade. O Contrato Social, primeira instância, não foi criado antes da empresa? Sim, por exigências, alguns dirão, mas cuidado, pois nele contempla aspectos patrimoniais de forma muito clara.

Já a linha em azul representa o caminho trilhado pela vasta maioria dos empreendimentos. Como se vê, sempre em atraso com relação ao posicionamento ideal.

Num segundo olhar, o eixo horizontal segue representando a evolução da Governança enquanto no vertical avaliamos o caminho da gestão, partindo de 100% nas mãos do fundador, para totalmente profissionalizada (que não quer dizer sem a participação de familiares, atenção!).

(C) Instituto Empresa DE Família, 2022.

Da mesma forma, a linha reta e cinza representa a ideal-teórica. A laranja representa, novamente, o caminho ideal: prepara-se antecipadamente para o recebimento e aporte de capitais ou sócios herdeiros, por meio de instâncias da Governança Corporativa. Por fim, a linha azul representa as estatísticas da realidade encontrada, e aqui também, observa-se uma atitude reativa, que usualmente leva o empreendimento às ruinas.

Não é uma novidade que os gráficos são, visualmente, exatamente os mesmos. Propositadamente utilizamos as mesmas cores. O que isso representa? Muito simples:

Tanto numa visão de Gestão como numa visão de Capital, é fundamental que sua sociedade empresarial tenha claro um caminho contemplando temas que precisam ser discutidos e consensados entre sócios, visão patrimonial de futuro, monitoramento do negócio e seu planejamento estratégico, para citar alguns; para que esteja sempre preparada para seu próximo momento. Isso é construir Governança!

Por meio de um conjunto de ferramentas modernas e com muita transferência de conhecimento, o Instituto Empresa DE Família ajuda você, teus sócios e teus herdeiros legais maiores a construírem este caminho de forma solida e duradoura. Vamos fazer? Contate-nos por whatsapp ou agende 30 minutos com um Conselheiro Capacitado. Quanto antes iniciarmos, maiores as possibilidades de que seu empreendimento perdure.

Helder de Azevedo MSc, CCA IBGC, CCC Celint e BRA

Idealizador do Instituto Empresa DE Família, é também CCA IBGC – Conselheiro de Administração certificado pelo IBGC, onde contribui nas comissões de Conselho de Administração e no Grupo de Trabalho do Agronegócio; Conselheiro Consultivo Certificado pelo Celint e pela BRA Certificadora, onde também ministra o módulo de estratégia e de planejamento orçamentário no Curso de Formação de Conselheiros Consultivos; e associado da ABC³, onde contribui com duas comissões temáticas. Atua como Conselheiro Consultivo na AR70 Corporation e foi Conselheiro Fiscal da Neoenergia/CELPE. Membro do IFERA – International Family Enterprise Research Academy. Mestre em Governança Corporativa com pesquisa em Empresas Familiares e autor do livro Empresa de Família – uma abordagem prática e humana para a conquista da longevidade publicado pela Saint Paul Editora em agosto/2020, disponível também em formato eletrônico, Kindle e outros.

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