Papéis na Empresa Familiar: fundamental para uma boa Governança Corporativa.

Um dos 8 P’s da Governança Corporativa apresentado pelos professores Paschoal Rossetti e Adriana Solé, para empresas listadas em bolsa, representa PAPEIS. Quais os papéis dos conselheiros e dos membros da diretoria executiva? Como eles se inter-relacionam e como o conjunto gera valor para a companhia. Diferente de uma descrição de cargo ou de função. Em uma S.A. é muito clara a distinção entre o Conselho e a gestão da companhia.

Mas e em uma #empresafamiliar? Esta distinção não é nada clara e muitas vezes nem considerada. Porém, nossa experiência aponta que este tema é latente e incomoda muito o ambiente da família empresária, gerando perturbações desnecessárias e desgastantes.

Em uma recente enquete, o Instituto Empresa DE Família perguntou, entre quatro temas, qual o mais difícil em obter consenso no ambiente da família empresária. O resultado: 50% dos respondentes apontaram a descrição dos papéis. Seja sua inexistência documental, seja na ocupação de postos por familiares eventualmente julgados inaptos por seus parentes, herdeiros de cotas ou já cotistas.

É fundamental abordar este desconforto de uma forma estruturada. Não adiantará manter as discussões explícitas e os desconfortos implícitos nas reuniões familiares, pois sem um método adequado, sem um objetivo delineado, tais discussões apenas aumentam as tensões entre membros que fundamentalmente se amam, e não aportam nenhum valor à empresa, que é sempre bom lembrar, é o motor gerador de riqueza para a família, para os empregados e para a sociedade como um todo. Mas como então trazer à superfície os desconfortos latentes e desenhar um plano de ação que ajuste a sociedade ao longo do tempo?

Nossa recomendação é partir utilizando duas ferramentas poderosas:

O modelo dos 3 círculos: Com este modelo – criado e utilizado há mais de 40 anos com muita efetividade – adequadamente compilado, teremos como garantir que todos os atores que orbitam ao redor do empreendimento familiar sejam considerados. Não o fazer é quase uma garantia que alguém ou algum grupo relevante terá sido deixado de lado, mantendo espaço para aquele desconforto silencioso que tanto incomoda o ambiente familiar. Para conhecer um pouco mais, assista neste vídeo uma explicação interativa. Te convido a utilizar a ferramenta gratuitamente aqui. Se preferir, podemos fazer juntos, que tal?

A segunda ferramenta muito adequada para este processo é o modelo evolutivo: É fundamental saber qual o próximo porto que a empresa deseja alcançar. Muitas vezes investimos tempo, energia e emoções preciosas olhando um presente ou até um recente passado, quando o ideal é olhar sempre para a frente. Conheça mais assistindo a este vídeo explicativo. Se desejar ou necessitar de ajuda, conte conosco.

Conhecendo os atores e o próximo destino de nosso empreendimento, podemos então olhar para cada conjunto de atores apontados pelo modelo dos 3 círculos e debater os papéis de cada um, os requisitos necessários para exercer o papel e objetivos que apoiem o empreendimento em direção àquele próximo porto que desejamos chegar, que definimos por meio da utilização do modelo evolutivo.

Cada membro da #famíliaempresária, independente do grupo a que pertença, possui um papel fundamental na construção da percepção e divulgação do negócio familiar no ecossistema em que ele se apresenta. A simples referência com orgulho à empresa da família para suas relações pessoais constrói valor para ela.

Uma vez os #papéis descritos e acordados, deve ser iniciada uma avaliação quanto aos hiatos que cada ator deverá se desenvolver para poder gerar o máximo de valor para o empreendimento. Assim cada um saberá que conhecimentos e competências deverão adquirir se tornando muito seguros em suas atuações, ganhando todos! Recomendamos que esta avaliação seja executada e moderada por profissionais experientes priorizando uma análise técnica, porém preservando a #essência, os interesses e a dinâmica da família.

A depender do estágio da empresa, a presença de mais de uma geração adulta, ou ainda se a empresa for multi familiar; aplicar a escala F-PEC pode ser muito esclarecedora, reforçando o exercício do modelo evolutivo. Esta escala mede a influência da família na empresa em três dimensões: Poder (participação e gestão), Experiência (longevidade da família no negócio) e Cultura (aderência ao negócio, interesse na perenidade). Conheça um pouco mais desta ferramenta aqui.

Você pode contar com os associados do Instituto Empresa DE Família para ajudá-los a utilizar cada uma destas ferramentas. Para facilitar o contato, aqui o nosso canal WhatsApp. Siga-nos em nossas redes sociais e assine nosso canal no YouTube.

Nosso propósito é apoiar e juntos pavimentar o caminho para a longevidade de seu empreendimento familiar. Seguimos juntos!

Helder de Azevedo MSc, CCA IBGC, CCC Celint e BRA

Idealizador do Instituto Empresa DE Família, é também CCA IBGC – Conselheiro de Administração certificado pelo IBGC, onde contribui nas comissões de Conselho de Administração e no Grupo de Trabalho do Agronegócio; Conselheiro Consultivo Certificado pelo Celint e pela BRA Certificadora, onde também ministra o módulo de estratégia e de planejamento orçamentário no Curso de Formação de Conselheiros Consultivos; e associado da ABC³, onde contribui com duas comissões temáticas. Atua como Conselheiro Consultivo na AR70 Corporation e foi Conselheiro Fiscal da Neoenergia/CELPE. Membro do IFERA – International Family Enterprise Research Academy. Mestre em Governança Corporativa com pesquisa em Empresas Familiares e autor do livro Empresa de Família – uma abordagem prática e humana para a conquista da longevidade publicado pela Saint Paul Editora em agosto/2020, disponível também em formato eletrônico, Kindle e outros.

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