Por Gonzalo Jiménez
Atuar como Investidor Anjo é uma maneira atraente de transformar, incorporar novas ferramentas e, eventualmente, renovar o legado do fundador. O que é infinitamente melhor do que sentar e ansiar por isso.
Os empreendedores de hoje criam as empresas familiares de amanhã e as famílias empresárias criam os empreendedores do futuro. Isso é um fato, uma premissa. Boas empresas familiares inovam mais e estão dispostas a assumir certos riscos e investir em novos negócios, usando critérios disruptivos, tal como a perda aceitável. Está no DNA deles. Esse é o seu principal legado.
Nesse ímpeto, um medo e ao mesmo tempo um sonho coexistem. No fundador, há uma mistura: a lógica do “control freak”, de querer controlar tudo, mas, ao mesmo tempo, o desejo e a busca por renovação contínua e ansiedade para que as novas gerações se envolvam, assumam a liderança e sejam capazes de tomar boas decisões.
Para quem já consolidou seu projeto de negócio, os desafios nunca acabam e largar o comando é um processo não necessariamente menos desolador. A preparação das novas gerações é uma etapa fundamental para conter esta contradição vital. E as startups são, cada vez mais, uma forma de futuro, de fazer escola, criar uma empresa ou levar a outro patamar, o que existe hoje.
Por definição, as startups surgem em qualquer lugar do mundo. Transcender as limitações do mercado local, ser inovador, buscar novos focos de negócios é o seu alfa e ômega. Nascem pensando em operar com custos mínimos, são instaladas em casa, em um co-work, ou em um canto de uma fábrica, ou indústria, ou na garagem de um prédio, como no caso do Mercado Livre. Enfim, eles estão se entrelaçando, conhecendo, encontrando pares ou se adaptando e, assim, sem perceber, estão fazendo e sendo uma empresa, criando mercados e originando novas indústrias.
As startups dão vida às famílias empresárias. Por um lado, o investimento anjo de negócios cumpre o objetivo de combater a frustração daqueles que esperam tomar o bastão, satisfazer essa sede e desejo que há nos jovens de contribuir, de mudar de modelo, de sair das hierarquias tradicionais, de aprender com os empreendedores insurgentes. Mas, ao mesmo tempo, eles treinam e os “NxGs” (novas gerações) se preparam para ajudar seus antecessores a soltar ir e deixar ir. Isso facilita, indiretamente, e de forma muito positiva, o processo sucessório. Este novo modelo de negócio é uma oportunidade perfeita para o encontro transgeracional. E se formos mais ousados, promover processos de sucessão disruptivos para criar novos futuros.
Hoje somos mais longevos e, portanto, a oportunidade de trabalhar com os nossos recursos e nossos antecessores é e será a forma de fazer negócios do futuro. Existem 3 e até 4 gerações trabalhando juntas. Daí o valor de criar espaços amigáveis onde os mais jovens se envolvam em ecossistemas mais abertos, fluidos ou simplesmente, menos limitantes, por vezes terrivelmente frustrantes.
Quanta oportunidade se uma inovação é fértil dentro das próprias empresas. Descer ou subir um andar ou bater em uma porta é um passo lógico e simples, que encurta distâncias e processos e representa um possível custo a ser assumido quando as confianças são consolidadas, reforçando elos e unindo intuições a números.
Assim, um valioso legado intangível é transmitido é posto à prova hoje para a segunda, terceira ou quarta gerações, o que, por sua vez, pode contribuir para a sobrevivência e projeção empresarial do grupo familiar. Mas eles podem até nos surpreender levando nossos modelos de negócios mais longe e deixando os mercados ou indústrias tradicionais.
Para muitos que ainda não ousam: dê-se a oportunidade e tome a liberdade de tentar. As visões de futuro são dinâmicas e emergentes e baseiam-se no investimento em talento e inovação. Atuar como Investidor Anjo é uma maneira atraente de transformar, incorporar novas ferramentas e, eventualmente, renovar o legado fundador. O que é infinitamente melhor do que sentar e ansiar por isso. Você pode tomar ações concretas a curto prazo e, obter os frutos que a todo empreendedor seduz, aprender e avançar passo a passo na construção de um futuro melhor.
Conte com o Instituto para apoiá-los nesta jornada com ferramentas modernas e confiáveis. Agende uma conversa ou contate-nos.
Traduzido por Helder de Azevedo com autorização do autor.
Publicado no original em 9/dezembro/2002 em https://www.ex-ante.cl/start-ups-familiares-sucesion-disruptiva-por-gonzalo-jimenez/
Destacado pela revista on-line “Family Capital” como um dos Top 100 Global Academic Influencers no mundo das familias empresarias, Gonzalo Jiménez é Doutor em Governança Corporativa pela Universidade de Liverpool, Mestre em finanças pela Universidad de Chile onde também se graduou como Engenheiro. Cursou MBA’s na London Business School e na École des Ponts ParisTech e é Scholar na Harvard University (David Rockefeller Center for LatAm Studies). É fundador e presidente da Proteus Management com sede em Santiago, Chile, colunista de diversos periódicos de negócios e atua como Conselheiro de empresas familiares e como Professor de diversos cursos e faculdades, dentre eles do Centro de Gobierno Corporativo da Universidade Católica do Chile, Universidad del Desarollo e Universidad Adolfo Ibañez. É co-autor do livro Corporate Governing in Latin America: the Importance of Scandals to institute change, disponível aqui.
Para receber nossa RESENHA mensal, preencha os dados abaixo. Toda última quinta-feira do mês, pontualmente às 17:17hs.
O Melhor da Governança para Empresas DE Famílias, direto em sua caixa postal.
[activecampaign form=12 css=1]