Nos negócios buscamos sempre um ano melhor, com mais negociações, mais riqueza e prosperidade. E aí surge a questão sobre o que estamos fazendo para atingir esse objetivo. Nossos dias, semanas, meses e anos, em muitos casos, tendem a ser repetidos e podemos até dizer viciosos. Queremos um ano virtuoso!
(por Jarib Fogaça)
Apesar das máximas já cunhadas por tantos oradores de peso, incorporar a essência desses dizeres é sempre muito difícil; estou falando de uma delas, provavelmente, incorretamente atribuída a Albert Einstein, que diz: “Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. A citação é uma metáfora muito forte para o termo “insanidade”, que tem um significado real completamente diferente, com uma definição legal de doença mental de natureza severa.
Ainda que figurativamente e, eventualmente, até distorcida, essa metáfora reflete um processo vicioso, que certamente queremos interromper a todo o tempo e, principalmente, na virada do ano novo. Queremos deixar alguns vícios em um sentido amplo que não apenas aqueles doentios, mas também vícios que nos impedem de prosperar, virtuosamente.
Conforme contextualizou Ryan Howes em sua publicação na “Psychology Today”, há uma aparente confusão por trás dessa afirmação que pode ser ilustrada e nos ajudar de forma concreta com a transição do vicioso para o virtuoso, considerando as seguintes duas palavras:
- Perseveração: a repetição patológica e persistente de uma palavra, gesto ou ato. Algumas formas de doença podem levar as pessoas à perseveração. Essas pessoas não são necessariamente insanas, mas presas em um padrão improdutivo.
- Perseverança: persistência constante em um curso de ação, apesar das dificuldades, obstáculos ou desânimo.
Há também uma construção psicodinâmica chamada compulsão à repetição, em que as pessoas repetem inconscientemente os conflitos do passado em uma tentativa de solução. Queremos terminar negócios inacabados, então às vezes recriamos problemas antigos e não resolvidos pelo potencial de um resultado melhor. Neste momento vemos claramente nossa perseveração, nosso círculo vicioso, que no mundo dos negócios, se resume em atribuir nossas mazelas ao governo.
Em referência às razões do Brasil não prosperar, vemos a todo tempo críticas ao governo por políticas equivocadas, tanto no campo econômico como também no campo político partidário. Não contesto, mas repito que já estamos no campo vicioso da retórica da crítica como meio e esperança por um resultado diferente [fazendo a mesma coisa].
Enquanto no plano macro de um país, nem sempre temos a possibilidade de uma ação transformadora, por isso, voltemos para nossa célula em que temos controle e vamos buscar perseverança. Não vamos confundir perseveração [vício] com perseverança. Uma busca persistente, perseverante contra um medo ou em direção a um objetivo maior costuma ser o melhor curso de ação. Repetir o mesmo comportamento construtivo indefinidamente, esperando (um dia) um resultado positivo é difícil, mas virtuoso.
Então, como saber a diferença? E como sair do vicioso para o virtuoso, na vida pessoal e no mundo dos negócios? A perseveração [repetição doentia sem propósito] parece compulsiva, sem esperança, desamparada, automática e insatisfatória. Há um desejo de parar, mas parar não parece uma opção.
A perseverança [o ato saudável de busca da mudança e progresso] é como lutar por uma meta nobre e, quer ela seja alcançada ou não, há virtude [é virtuoso] no esforço. A perseverança é uma qualidade forte e valiosa. A perseveração é uma questão preocupante que requer atenção clínica.
Não deixe um ditado curioso obscurecer essa distinção.
Como ambas as características podem estar presentes no empreendedor que lidera sua empresa e em todos os familiares no entorno, é fundamental identificar componentes dessa dinâmica e separar a positiva (perseverança) da negativa (perseveração).
Para identificar este comportamento a partir da família empresária, uma recomendação é a aplicação da Escala F-PEC e um debate profundo apoiado pela Dimensão Essência das Cinco Dimensões Sociais da Longevidade (5DSL).
Para conhecer um pouco mais sobre estes conceitos clique nos links marcados no texto.
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Jarib B D Fogaça é sócio na JFogaca Assessoria, Diretor Adjunto na ACIC – Campinas, Conselheiro Independente, bem como Conselheiro Consultivo Certificado pela CelintBra. Desde 2016 atua na assessoria à empresas, empresários, empreendedores e dirigentes, em gestão empresarial, estratégica, financeira e de desenvolvimento de negócios. É membro do FAB (Future Advisory Board – ACIC) e mentor para Startups pelo Instituto iCorps Brasil. De 2016 a 2020 foi mentor pelo iCorps no Progama PIPE Empreendedor da Fapesp.
Anteriormente, foi sócio de auditoria independente no Brasil [KPMG] por mais de 20 anos, e atuou como Gerente Sênior no escritório de Nova York. Foi membro do Conselho Regional da AmCham em Campinas e membro-diretor do Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças (IBEF) em Campinas. Dentre vários clientes atendidos, foi o socio responsável pelo atendimento ao Grupo CPFL Energia S.A. e ao Grupo GE em toda a América do Sul. Jarib Fogaça é graduado em Ciências Contábeis, Economia e Administração pela Universidade Presbiteriana Mackenzie – São Paulo e membro do Conselho Regional de Contabilidade (CRC).
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