Dinheiro: O início do fim das empresas familiares.

Diz o ditado popular que “não há bem que nunca se acabe, nem mal que sempre dure” ou em uma adaptação “tudo vai bem enquanto a doença não vem!” Na ótica da empresa familiar, os tempos de bonança, construído ao longo de anos de labuta, tomada de riscos e privações, viabilizam um conforto (almejado e merecido), que traz consigo uma falsa percepção de segurança especialmente nos herdeiros. Nossa experiência tem demostrado que herdeiros e sucessores anseiam por dividendos, mas não se interessam ou desconhecem as dívidas e responsabilidades acessórias de ser cotista.

Junta-se a isso a tradicional confusão patrimonial existente neste tipo de empreendimento, representado por salários-mesada, despesas pessoais pagas com caixa (ou cartão) da empresa e outros usos indevidos dos recursos desta. Quando o tema é dinheiro, as diferenças somente se acentuam entre pais e filhos e entre irmãos.

Por isso, um dos principais geradores de desconforto na empresa e na família é a forma como estas lidam com o dinheiro. Para apoiar a condução deste importante tema apresentamos algumas orientações para dar sinais positivos na gestão da compensação aos familiares:

1. Pense na empresa: montar um plano estratégico desdobrado em um orçamento a ser executado pela empresa, aprovado por todos os cotistas. Em o fazendo, este PE proporcionará realidade sobre as possibilidades da empresa a curto e médio prazo, inclusive suas necessidades de investimentos. 

2. Defina claramente os papéis dos familiares, tanto em suas posições enquanto cotistas, mas principalmente como colaboradores na gestão e condução da empresa. Nossas pesquisas (ver no artigo marcado acima) indicam que este é um tema de difícil consenso no seio familiar, mas que em sendo desenhado, elimina-se um importante foco de tensão.

3. Ocupantes de cargos na empresa devem possuir as habilidades e o preparo necessário para desempenhar acima do esperado para aquela posição. Dessa forma a família levanta permanentemente o nível da empresa.

4. Ao remunerar os familiares, fazê-lo de acordo com seu papel, participação e responsabilidade na empresa: diferenciá-los evita conflitos. Lembre-se: salários devem ser sempre balizados por mercado, quanto aquela posição vale em empresas similares e não na necessidade social daquele indivíduo familiar.

5. A empresa não tem obrigação de manter a qualidade de vida dos familiares: É comum que a família cresça e pretenda manter seu estilo de vida cobrando suas despesas pessoais nas contas da empresa. Isso além de prejudicial à empresa em diversas formas, é ilegal, configurando crime fiscal. Fique atento! Para tanto, o caminho é uma política de dividendos que não sacrifique o crescimento e capacidade de investimento da empresa de sorte a não comprometer seu futuro. Mas é importante considerar o reconhecimento, pelos familiares, do esforço daqueles que trabalham pelo bem da família.

6. Fomente uma cultura de resultados: As posições devem ser preenchidas com pessoas altamente competentes, o que garantirá resultados que beneficiarão a empresa e toda a família proprietária, definido o exemplo motivador para que demais funcionários também invistam em seus desenvolvimentos.

7. Prepare ou atualize um planejamento sucessório. Disputas patrimoniais ao redor do inventário, e de poder e de “território” nos empreendimentos levam a empresa à bancarrota, fato fartamente validado por pesquisas em todo o mundo, e também no Brasil. Não cometa o erro de não ter a sucessão em seu negócio adequadamente planejada e em execução. Quando? Desde o dia 1!

O Instituto Empresa DE Família possui experiência e metodologias com as quais apoiamos famílias que lidam com esse problema e as acompanhamos para avaliar e implantar os mecanismos mais adequados ao caso, que será sempre individual. Contate-nos. Para se manter atualizado, receba nossa resenha mensal.

Conheça também o livro Empresa DE Família: Uma abordagem prática e humana para a conquista da longevidade.

Helder de Azevedo

Helder de Azevedo MSc, CCA IBGC, CCC Celint e BRA

Idealizador do Instituto Empresa DE Família, é também CCA IBGC – Conselheiro de Administração certificado pelo IBGC, onde contribui nas comissões de Conselho de Administração e no Grupo de Trabalho do Agronegócio; Conselheiro Consultivo Certificado pelo Celint e pela BRA Certificadora, onde também ministra o módulo de estratégia e de planejamento orçamentário no Curso de Formação de Conselheiros Consultivos; e associado da ABC³, onde contribui com duas comissões temáticas. Atua como Conselheiro Consultivo na AR70 Corporation e foi Conselheiro Fiscal da Neoenergia/CELPE. Membro do IFERA – International Family Enterprise Research Academy. Mestre em Governança Corporativa com pesquisa em Empresas Familiares e autor do livro Empresa de Família – uma abordagem prática e humana para a conquista da longevidade publicado pela Saint Paul Editora em agosto/2020, disponível também em formato eletrônico, Kindle e outros.

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